Esta etapa de Gibara a Moron, pelas estradas secundárias junto á costa norte, passando por: Velasco, Jesus Menendez, Puerto Padre, Manati, Nuevitas, Cubitas, Esmeralda e Bolivia era de aproximadamente 440 km com uns desvios previstos. Saímos cedo pelas 07,30 h, queríamos fazer uma pausa 3,00 h na viagem para almoço e um banho de mar, em Playa Santa Lucia ou Cayo Sabinal, mas as estradas eram péssimas e os planos com os horários não bateram como planeado.
Mapas do percurso desde Gibara até Morón e Cayo Coco
Passagem por Puerto Padre
Até Puerto Padre a viagem foi tranquila, pela sempre bonita paisagem rural de Cuba, e as estradas escolhidas estavam dentro das espetativas, Puerto Padre nada revelou de interessante para uma demorada paragem,e rápidamente seguimos em direção a Nuevitas
Antigas bombas de gasolina desativadas, peças de reliquia de um passado não muito distante
Depois de Puerto Padre, e em direção a Manati, a estrada desapareceu por completo dando lugar a um caminho em terra cheio de lombas e buracos enormes, que passava pelo meio de um pântano de mangais repleto de mosquitos, foram necessários 45 minutos para fazer 15 km, em Manati a estrada volta a aparecer mas em muito mau estado e assim se mantém até ao desvio para Playa Santa Lucia, onde devido ao atraso que levávamos optamos por já não fazer o desvio de 25 km até aquela praia. A partir deste ponto a estrada passa a ser razoável até Nuevitas.
Passagem por Nuevitas
Nuevitas é uma cidade costeira industrial, muito feia, pouco acolhedora e sem o mínimo interesse, meia dúzia de fotos e uma paragem para meter gasolina bastou nesta cidade, e rumamos por um caminho paralelo ao mar que já tinha sido estrada (possivelmente) há muitos anos atrás, e que levava até um desvio onde teriamos acesso até um ilhote selvagem chamado Cayo Sabinal onde fariamos a tal paragem de descanso.
A caminho de Cayo Sabinal
A Tentativa de ir até Cayo Sabinal saiu frustrada, a estrada desde Nuevitas pela orla costeira, era péssima até que se tornou intransitável para um pequeno carro numa zona onde o caminho se fazia pelo meio de um pântano de mangais, por razões de segurança visto estar numa zona isolada houve que voltar de novo atrás cerca de 20 km e retomar a estrada principal, estava avisado de que o caminho estava intransitável mas tinha decido arriscar.
O tempo perdido tinha sido muito e os planos para uma paragem de sol e mar saíram frustrados, mas o plano de viajar pelas mais secundárias estradas de Cuba estava a ser cumprido sem grandes sobressaltos.
De volta ao Alcatrão e enganando a fome que já se fazia sentir com umas bolachas e sumos que viajam sempre na bagagem para estas emergências, pois não se podia perder mais tempo visto faltarem ainda 200 km para Morón, e as estradas serem uma incógnita e viajar de noite nestas condições é a ultima coisa que se deve fazer.
O resto da viagem correu sem sobressaltos, as estradas voltaram ao normal, e o já perto de Morón fizemos uma paragem num Snack de beira de estrada, onde a ementa foram duas sandes de torresmos, dois sumos e um gelado de 500 gr.que ficou por 2,70 euros, mas como pedimos ao balcão e sentamo-nos numa mesa houve que pagar mais 0.25 cêntimos pela limpeza da mesa, é Cuba no seu melhor esta de pagar a limpeza da mesa, mas depois de um dia cheio de peripécias acabou por nos fazer rir.
Nesta etapa de hoje fiemos a pior e mais maçadora viagem em Cuba, dos 395 hm percorridos, 170 foram demolidores, maçadores e muito desgastantes e foi o percurso menos interessante que fiz neste país o qual percorri de lés a lés.
Pelas 16,30 entramos na cidade de Morón, com 395 km efetuados em 9 horas e fomos direitinhos procurar a calle Pátria nº 10 onde iriamos ficar alojados
Esta pequena cidade do litoral encontra-se trinta e seis quilômetros ao norte de Ciego de Ávila capital de província, os seus cidadãos são conhecidos como Moronianos, sempre viveram tradicionalmente da pesca e agricultura, mas mais recentemente do turismo que floresce próximo, nos resorts de Cayo Coco e Cayo Guilherme que fez com que a cidade olhe com mais otimismo para um novo e mais lucrativo futuro.
O símbolo da cidade é um Galo, e tem origem numa comunidade provenientes de Morón de la Frontera na província da Andaluzia em Espanha, que fundaram a cidade no século XVIII, e lhe deram o nome de Morón, e consigo levaram o galo, também símbolo da sua terra natal em Espanha.
O facto da cidade ter um galo como símbolo, faz com que praticamente
todos os habitantes da cidade tenham galos, e dormir nesta terra a partir das
05.00 da manhã seja quase impossível, pelo menos para quem não esteja habituado a
estas ruidosas criaturas.
A estátua original foi retirada em 1959 e substituída em 1981 por uma nova escultura de bronze, e todos os dias ás 06.00 da manhã e da tarde ouve-se uma gravação de um galo a cantar.
Monumento aos mártires da revolução
Um facto curioso que ainda não tinha dado conta em Cuba: “Pagar o ar é um dever social” está escrito nesta estação de serviço, onde uma funcionária controla e recebe o dinheiro do self-service do enchimento de pneus o qual é pago, embora de forma irrisória.
Morón, fundada em 1750,
conserva um pequeno centro histórico bem conservado com casas de arcadas em
cores pastel, e um museu municipal com mais de 600 achados arqueológicos,
situado num edifício neoclássico.
Edificio da estação dos combóios
Edificio da Câmara municipal
A casa onde ficamos alojados dois dias na cidade de Morón - Casa Clero de Gregório e Carmen, um simpático e muito acolhedor casal de professores. Calle Patria nº 10 entre/ Sorto y Lugareño, Morón tel 0053 33 503668
O nosso carro alugado o pequeno Hiunday Actos ao lado do majestoso e bem conservado Chevrolet de 1956, na garagem de Gregório e Carmen.
Todo o 1º andar da habitação de forma independente da casa pelo preço de 16,00 euros, com este enorme quarto com casa de banho, mais uma sala e uma cozinha.
Refeição para duas pessoas composta de:
Sopa de frijoles pretos – Sopa de banana pão - Camarões - Lagosta em molho de tomate Arroz – Salada - Laranja - Ananás – Sumos de frutas tropicais. A verdadeira gastronomia do país sempre e apenas com produtos nacionais pelo preço total de 15,00 euros incluindo café.
Laguna de Leche
Laguna
de Leche também chamado Laguna Grande de Morón) É o maior lago natural de água
doce em Cuba com uma superfície de 67 km quadrados e está localizado na zona
húmida do norte da província na província de Ciego de ávila a 5 km da cidade de
Morón.
O nome de laguna de leche (leite) é derivado à sua cor branca causada pelo fundo calcário do lago quando os seus movimentos naturais provocam distúrbios que liberta partículas de cal do fundo que se misturam com a água.É um lago excelente para pesca onde abunda o Robalo e Camurupim, sendo muito procurado por pescadores amadores.
O nome de laguna de leche (leite) é derivado à sua cor branca causada pelo fundo calcário do lago quando os seus movimentos naturais provocam distúrbios que liberta partículas de cal do fundo que se misturam com a água.É um lago excelente para pesca onde abunda o Robalo e Camurupim, sendo muito procurado por pescadores amadores.
O
restaurante da Laguna, especializado em pratos de peixe do local
Poblado Holandês
A norte da Laguna de
Leche, fica a Isla de Turiguanó, uma pequena península onde foi construída uma
aldeia de estilo holandês denominado “Poblado Holandês”. A aldeia é rodeada de
pastagens para o gado, e os animais foram importados da Holanda, para um
projeto de criação e cruzamento da raça bovina, bem como a produção de leite em solo Cubano, este projeto do período
pós revolução foi obra de Célia Sánchez Manduley, uma mulher que abraçou a
causa revolucionário, vindo a ser companheira de Fidel Castro, faleceu em 1980 vítima
de cancro. Esta aldeia rasga por
completo a paisagem Cubana, tal a parecença com a Holanda rural.
Cartaz no local em homenagem á criadora deste projeto
Quando
a natureza juntou 22 km de praias de areia branca a 370 km quadrados de terreno
parcialmente pantanoso, com grande abundância de mangues e coqueiros, bem como
dunas de 14 metros de altura, deu origem a Cayo Coco um pequeno paraíso e uma
importante reserva natural de aves marinhas. O
nome da ilha deriva de uma espécie de ave rara que aqui vive o Ibís Branco,
conhecido pelos Cubanos por “Coco”. As
ilhas são muito tranquilas apesar de estarem dotadas de infra estruturas turísticas
onde se destacam alguns dos melhores resorts de Cuba, sendo que
construções foram pensadas e organizadas com preocupações ambientais e apenas
uma pequena parte dos 22 km de praias é ocupada pelas unidades turísticas. As
praias são banhadas pelas águas mornas, pouco profundas, cristalinas e de cor azul-turquesa,
sendo ótimas para o mergulho, na
grande baía e pelos canais das dezenas de ilhotas entre os mangais, avistam-se
flamingos e garças-reais, sendo um local muito procurado pelos observadores de
aves “Birdwatching” Os
preços dos resorts no sistema tudo incluído para duas pessoas vão desde os
86.00 euros num 3*, 147.00 num 4* e 258.00 no luxuoso 5* Meliá Cayo Coco Hotel,
com bungalows construídos em cima de água numa lagoa. Por
estes preços e para quem dispensa luxos e mordomias a opção de visitar Cayo Coco
e disfrutar da sua natureza é ficar alojado em Moron, tal como fizemos e
percorrer de carro os 65 km que os separam, mas apenas se tiver carro já que
não existem autocarros para Cayo Coco, e a única opção de transporte público é
o táxi. Antes
de Cayo Coco existe um controlo policial de pessoas e viaturas, que mais parece
uma fronteira, mas depois é segurança total como se a partir desse ponto tivéssemos
entrado de imediato num resort fechado.
Mais fotos de Cayo Coco num vídeo que postei no youtube
Mapa da costa de Morón e a ligação através do Padreplen entre Isla Turinguanó e Cayo Coco numa distância de 17 km, seguida de outro Padreplente entre Cayo Coco e Cayo Guilherme com 12 km.
"Aqui
há que deitar pedras sem olhar para trás"
Placar de propaganda politica sobre construção da estrada denominada de
Padreplen com 17 km sobre o nível mar entrea Isla de Turiguanó e Cayo Coco. Este
Padreplen, é uma obra notável de engenharia civil, à semelhança de um outro
existente em Cayo Santa Maria.
Playa Pilar, no Cayo Guilherme no extremo ocidental destas ilhas, dunas de 16 metros de altura cobertas de vegetação circundam a praia, palmeiras e mangues completam o cenário
As muitas praias completamente desertas, pois quem está alojado nos hoteis no sistema de tudo incluido limita-se à zona do hotel
Um paraíso para a observação de aves
Muitas ilhotas desertas, existem serviços de pequenos barcos que lá nos transportam e vão nos recolher em horário pré combinado.
Playa Prohibida, uma praia com dunas que atingem 14 metros de altura, é um local isolado e especialmente sossegado que se acede por um caminho através da densa vegetação selvagem
Aspeto das Zonas de Praia ocupadas pelos Hotés
Playa Flamencos, tem cerca de 3 km de comprimento, é considerada uma das melhores da ilha
O luxuoso ´Meliá Cayo Coco Hotel
Final do dia em Cayo Coco com um por do sol majestoso
Mais
fotos de Cayo Coco num vídeo que postei no youtube