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Viajar é sentir as diferenças entre culturas e reconhecer os valores de cada uma, por muito díspares que sejam; é sentir a enorme riqueza que a diversidade cultural e étnica dá à humanidade. Viajar é pairar e vaguear no meio de outras culturas e gentes, evitando locais onde o turista ofensivamente opulento e “caridoso” ensinou a mendicidade às crianças, promoveu o furto nos adolescentes e corrompeu a genuinidade dos adultos.

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sexta-feira, 2 de abril de 2010

De Havana a Bayamo

De Havana a Bayamo, foi parte da viagem por estrada entre Havana e Santiago de Cuba. Esta viagem de 777 km foi dividida em duas etapas,a primeira entre Havana, Ciego de Ávila e Camaguey com 555 km,e a segunda entre Camaguey, Las Tunas e Bayamo com 222 km.
A primeira etapa até Camaguey é feita pela Auto Pista Nacional que termina perto de Ciego de Ávila, se bem que com caracteristicas de Auto Estrada, não o é! já que todos os tipos de veículos por lá circulam, tem cruzamentos com outras estradas secundárias! dai que temos de ter os normais cuidados de condução como numa qualquer outra estrada, se bem que nesta sempre se circula com uma velocidade um pouco maior onde o piso permite, pois o mesmo não é muito regular ,alternando entre o razoável e menos bom, mas aceitável tendo em conta a região do Globo por onde circulamos.
A odisseia da viagem começou logo no inicio, pois encontrar a entrada da Auto Pista ao km 8 da Via Blanca na saída de Havana não foi fácil porque a indicação da mesma não estava lá, o que fez ter de seguir em frente e voltar atrás no próximo desvio, de novo na entrada no lado oposto indicação nem vê-la, dirigi-me a um policia que ali estava á boleia solicitando a confirmação de ser aquela a entrada certa, ao que ele disse que sim e solicitou  boleia.
Ia para Bayamo e foi uma companhia de viagem durante todo o dia,chamava-se Nelson era de Bayamo a mais de 700 km de Havana,mas estava na capital porque ganhava mais, apenas ia a casa de trés em trés meses, mesmo assim contava com 3 filhos no currículo, ao que lhe respondi "o que seria se fosses semanalmente".
Com uma mala nossa no assento traseiro,mais a do Nelson em cima da nossa,já que o carro em causa era pequeno, ele lá se ajeitou no espaço disponível.
A viagem correu muito bem, num dia cheio de calor mas com tempo nublado,a boleia foi muito proveitosa pois trocamos muitas impressões sobre a realidade Cubana, o que é sempre muito saudável, alem de quando entramos em Ciego de Ávila e Camaguey o nosso Policia serviu de guia não sendo preciso recorrer a mapas, nem tão pouco tivemos os habituais enganos e perdas de tempo.
Levava-mos um farnel para o almoço, com a intenção de poupar, mas também a de perder o mínimo tempo possível na viagem que para além das muitas paragens para fotos, teria também a visita a Ciego de Ávila, bem como se possivel chegar cedo a Camaguey para ainda pudermos absorver um pouco da cidade nesse dia.
Esta viagem é feita através das enormes planiciés de Cuba,com os seus enormes campos de cultivo de cana, das pastagens de gado,das retas  intermináveis,é quase como o  nosso Alentejo, e esta região tem o mesmo significado para os Cubanos,que o Alentejo tem para os Portugueses em termos económicos.

Sequência de Mapas com todo o percurso dos  555 Km
de Havana a Camaguey














Algo insólito que já conhecia de outra viagem feita no sentido inverso, algures nas proximidades de Santa Clara, uma passagem de nível sem guarda na Auto Pista, o meu passageiro de boleia adianta logo que muito raramente passa ali um comboio, pois apenas serve para os vagões que transportam cana de açúcar na época das colheitas.
CIEGO DE ÁVILA

Chegamos a Ciego de Ávila, depois de 430 km percorridos em cerca de 5 horas,paramos no centro junto ao Parque Marti,e o nosso policia ficou sentado no jardim a cuidar do carro enquanto fomos dar uma volta e fazer umas fotos no centro histórico,que foi uma verdadeira surpresa, pois está completamente recuperado e cuidado,com as casas coloniais pintadas de várias cores como é normal em Cuba, digo que foi uma surpresa porque quem vem de Havana, onde o seu enorme centro histórico ainda está na sua maioria degradado, aqui encontra-se  o contrário, mas as dimensões das cidades não se podem comparar em termos de reabilitação urbana.
Ciego de Ávila,foi fundada em 1538, mas só em 1840 se tornou numa cidade genuína,actualmente é uma cidade rural,os poucos visitantes que aqui passam ou estão como nós na rota de Santiago de Cuba,ou estão a caminho das paradisíacas ilhas (Cayos) do arquipélago de Jardines del Rey,nomeadamente Cayo Coco na costa Norte a somente 100 km de distancia, que fará parte do nosso roteiro no regresso desta viagem.
Fotos de alguns dos belos edifícios coloniais do elegante e bem cuidado centro histórico de Ciego de Ávila














CAMAGUEY

Cerca das 16.30  h, 8 horas depois de termos saído de Havana e depois de 555 km chegamos a Camaguey, deixamos o nosso companheiro de viagem na estação de autocarros, e fomos para o nosso alojamento que era ali bem perto onde depositamos a bagagem para  aproveitar o restante tempo do dia para conhecer o centro histórico da cidade.
Camaguey distingue-se das outras cidades pelo seu traçado irregular, criado para se defender das constantes revoltas dos índios nativos ao domínio colonizador Espanhol. Esta cidade foi também saqueada pelo legendário pirata Henry Morgan.
Embora esta seja a terceira maior cidade de Cuba, não é muito visitada pelo turismo ,pois fica longe dos principais destinos turísticos, não obstante seja uma das jóias da arquitectara colonial em Cuba  e das mais bem preservadas, cidade que merece no mínimo um dia para visitada, qualquer vulgar guia de bolso tem a informação precisa e necessária para cada um fazer o planeamento de acordo com o que mais gosta de ver, e como estas cidades concentram todos os locais de interesse no centro histórico facilita as visitas e diminui o tempo ou o uso de transportes.
Aqui o assédio ao turista é praticamente nulo a não ser para táxis,e a verdadeira essência do Pais começa a estar presente no nosso quotidiano e está no momento de nos deixar-mos levar por essa essência.
Aqui registei um épisodio curioso,um mudo que falava várias línguas estranho mas é verdade,fui abordado com um bloco de papel, e lista em várias línguas a perguntar a nacionalidade, apontei a portuguesa, ele mostrou outra que perguntava de Portugal ou do Brasil, e ai tudo esclarecido e entre linguagem gestual e as perguntas  em Portugues do bloco. chegamos á conclusão final das intenções do mudo, que era a de lhe pagarmos um copo.



Tinagones, o símbolo de Camaguey, são vistos um pouco por todo o lado,s ão grandes potes que chegam a ter 2 metros de altura feitos em barro, foram introduzidos pelos colonizadores no século XVIII, para o armazenamento de água,j á que esta zona tinha carência da mesma.


 O pequeno carro de aluguer na porta da casa onde ficamos alojados em Camaguey, a casa "Maria e Henrique" situada na calle Guatemala nº 5 entre Peru y Chile reparto el retiro cp 70600 Camaguey (próximo da estação de autocarros)
Casa recomendada, moderna muito confortável, quarto que nada deve a um de hotel, gente muito simpática e a localização excelente para quem vai de carro,pois não tem problemas de estacionamento.


Tinima uma cerveja de Camaguey,que não se encontra noutro local de Cuba.


Fotos do centro Histórico de Camaguey



Igreja de La Merced



Edifícios coloniais em recuperação no centro da cidade
Uma das ruas do centro que desemboca na catedral.

Catedral da nossa senhora da Candelaria
Edifício do pequeno centro comercial La Antilla



Casas térreas de arquitectara colonial muito bem cuidadas uma constante em Camaguey



Praça de La Bedoya, dominada pela Igreja Del Carmen
Gerónimo,contava na altura 88 anos,foi um antigo aguadeiro da cidade e esta fez-lhe uma homenagem em vida, a sua estátua na porta da sua casa, embrando o tempo em que Gerónimo empurrava um carro de mão distribuindo água.
A bonita e bem conservada fachada da igreja Del Carmen

As cinco esquinas,um cruzamento muito emblemáico da cidade, um exemplo da estranha configuração do Centro Histórico de Camaguey


Praça San Juan de Dios, conhecida pela suas cores
Praça da Revolução um enorme espaço aberto a muita actividade desportiva e cultural.


2ª Etapa desta viagem Camaguey, Las Tunas, Bayamo

Depois de  levanta Bastante cedo neste dia, afim de visitar o que não foi possivel no dia anterior, partimos de Camaguey, com aquela senssação que ficar ali mais um dia não se perdia nada.
Fizemo-nos à estrada em direcção a Las Tunas onde em cerca de duas horas percorremos os 135 km que separam as duas cidades, mas com alguma chuva tropical pelo meio, a que costumo chamar de chuva do dia, porque assim como vem desaparece,assim como molha tambem depressa seca.
O verde da densa vegetação domina a paisagem na sua totalidade neste troço.

Mapas do percurso entre Camaguey e Bayamo




Las Tunas

Até 1975, a cidade de Las Tunas era uma das cidades da antiga provincia do Oriente, depois em consequencia de uma reforma administrativa, passou a ser a capital de uma provincia autonoma chamada Las Tunas.
A cidade não é muito grande e os poucos locais de interesse estão muito perto uns dos outros, depois de uma pequena pausa para almôço foi tempo de  conhecer o seu pequeno centro histórico.
Esta é uma cidade que muito pouco se fala, e que pouca informação se obtem nos guias de viagem.


Fotos de alguns edifícios da cidade

Edificio da Câmara municipal, talvez o mais importante da cidade





Casas bem coloridas é uma constante em Cuba




Bayamo

Bayamo é a capital da provincia de Granma, é uma cidade com poucas infraestruturas hoteleiras, e as que exixtem são antigas, sendo que as casas de aluguer, são aqui tambem uma aposta acertada.
Bayamo é tambem daquelas cidades, pouco visitadas, a não ser por quem faz turismo independente apesar, a historia deste país, passar por esta cidade, tambem conhecida por "Bayamo a rebelde" pois aqui nesta zona aconteceram os factos mais relevantes da história Cubana desde a mais antiga até á mais recente, havendo quem lhe chame tambem o berço da revolução.
Conhecer o essencial da cidade é muito fácil, já que tudo começa e termina no parque Cespedes e á volta dele mesmo no centro da cidade.
Ficamos na casa colonial Ana Marti ,mesmo em pleno centro antigo ali mesmo no centro, numa artéria vedada ao trânsito vedado ,mas como nos dirigimos a uma casa ali situada podemos passar,foi ouro sobre azul pois o carro ficou parado na porta da habitação e num ápice percorremos a cidade e os seus locais mais importantes.
Encontramos muitos turistas independentes como nós, alguns que viajem de autocarro entre cidades abordarem-nos para saber se estariamos interessados a partilhar um taxi até ao interior da Sierra Maestra já que Bayamo é um excelente ponto de partida para uma ida á Sierra Maestra, e até Comandancia de La Plata da qual falo noutro post.
Esta é uma cidade muito afável, onde se respira calma por todas as suas ruelas, e como era fim de semana, havia festa porque fim de semana naquelas bandas é sempre festa, os restaurantes montam arraiáis nas ruas do centro com mesas montadas ao ar livre levando assim o restaurante para a rua.
A musica e o rum transbordam até altas horas, aqui não existe a moeda usada pelo turismo o peso convertivel, dai que temos de estar munidos da moeda nacional, não sendo de estranhar,que paguemos por um jantar para duas pessoas 03.00 euros isso mesmo sem enganos trés euros.
Aqui em Bayamo nasceu tambem o hino nacional Cubano,La Bayomesa, havendo um monumento evocativo e uma praça com o nome de praça do hino.
Acho um desperdicio, neste ou noutro país as pessoas apenas se preocuparem com praias paradisiacas, deixando estas cidades, autenticas jóias para trás,quando podemos fazer um misto de tudo e ter de tudo um pouco, regressando bronzeado na mesma, mas tambem enriquecido do ponto de vista cultural.
Outros dos factos relevantes na história desta cidade, foi que em 1869, os habitantes de Bayamo incendiaram a cidade para não a entregarem aos Espanhóis,vestigios desse incendio são visiveis numa casa que deixada assim para evocar o acontecimento.
Um dia de passagem é suficiente para conhecer a cidade, podendo no entanto ser uma base para uma viagem de ida e volta ao interior da Sierra Maestra onde os vestigios da Revolução estão bem presentes, aliás nesta zona e particularmente nesta cidade tropessamos com vestigios da revolução um pouco por todo o lado.




Algumas fotos  de Bayamo




Casa natal de Carlos Cespedes,o pai da Pátria,hoje uma casa museu


Edificio dos correios uma jóia da arquitectura colonial







Hotel telegrafo, edificio histórico que funciona tambem como escola de hotelaria.

 Farmacia comunitária


Jantar ao ar livre entrando no espirito Cubano da festa de rua aos fins de semana



 Casa Ana Marti local de Alojamento em Bayamo

 Pequeno almôço reforçado para um novo dia de aventura































































































1 comentário:

  1. parabens pelas fotos,algumas parecem verdadeiras pinturas.estive em cuba,porem so em Havana.fiquei motivado a conhecer as cidades do interior,abracos aqui do Brasil

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